A Arte e a Bíblia

Quando lemos em Gênesis 1.31 que Deus viu que tudo o que Ele tinha feito era muito bom. Isto inclui o homem e todas as suas expressões artísticas.

O homem foi feito inicialmente santo e todas as suas ações eram inicialmente retas,

por ter sido criado à imagem e semelhança de Deus segundo está escrito em Gn 1v.27.

Podemos dizer que assim como suas ações, suas faculdades mentais e poder criativo eram

unidas a vontade de Deus: boa, perfeita e agradável. Leia Colossenses 1v16.


Segundo o dicionário, a arte é fruto da habilidade ou disposição dirigida para a execução de uma finalidade prática ou teórica, realizada de forma consciente, controlada e racional.


A arte não é apenas a expressão viva do sentimento de um artista. Há um contexto,

uma identidade, uma linguagem visual, escrita ou sonora que dita uma intenção por detrás de toda obra produzida.

E isto sim pode ser julgado na arte: a cosmovisão do artista. 


Cosmovisão: Modo particular de perceber o mundo, geralmente, tendo em conta as relações humanas, buscando entender questões filosóficas (existência humana, vida após a morte etc.); concepção ou visão de mundo.



A arte, é uma das formas que Deus instituiu para o homem cumprir aquilo que na teologia chamamos de “mandato cultural”.

Este mandato tem como propósito guiar o relacionamento dos homens com a sociedade em geral, seja com outros seres humanos ou até mesmo com a natureza.


Inclui-se ao mandato cultura a arte que tinha a finalidade de glorificar a Deus. É assim que a arte deveria ser, boa e coerente. Mas com a queda do ser humano ao pecado (primeira desobediência a Deus), a imagem de Deus no homem foi manchada e consequentemente o conceito do que é santo e correto foram todas corrompidas pelo pecado, desligando-o pouco a pouco da essência divina criativa, que é voltada ao propósito de edificação, consolo e consequentemente a contemplação ao próprio Deus Soberano, através de um relacionamento em intimidade.


O ser humano se desenvolveu muito bem ao longo das épocas através das mais diversas ciências e principalmente nas artes manuais, na arte têxtil, que se tem provas históricas das primeiras expressões artísticas da humanidade além das pinturas rupestres.

Manifestou-se na história o acúmulo de conhecimento geracional e da própria capacidade intelectual dada por Deus ao ser humano para dominar sobre animais, plantas e até a própria terra. Deste modo foi desenvolvendo e recriando coisas a partir de outra. 

Entretanto, a humanidade está cada dia mais envolvida com os princípios distorcidos da vontade do Soberano Deus e por fim induz outras pessoas a adorarem a outros seres, coisas e pessoas ao invés de exclusivamente a Jesus Cristo, principalmente através das artes. Todo admirador das artes e principalmente os artistas cristãos, precisam entender o lugar que Ele nos quer, exercendo através da arte e como devemos usar nossos dons. 


Já se perguntou o porquê de ter um dom ou demais dons artísticos?

Somos portadores da imagem de Deus, por isso temos a capacidade de criar algo belo e impressionante. E quando somos regenerados em Jesus Cristo através da confissão e aceitação ao senhorio de Dele, nossos dons também são restaurados e nossa capacidade criativa também é aperfeiçoada. Recebemos orientação pelo Seu Espírito Santo no que devemos comunicar e o que deve ser feito através do dom ou talento.  


Ainda existe uma cultura preconceituosa dentro de muitas instituições cristãs de que assim como a música, as outras atividades artísticas não são ministérios (funções e ofícios de serviço a Deus) e o quanto são ferramentas importantes dentro da comunidade cristã. 

Para muitos, servem apenas de entretenimento, e não compreendem o quanto edificam e comunicam aos cristãos e não cristãos o direcionamento de Deus de forma objetiva e profética. 


Consequentemente muitos artistas, desperdiçam seus dons por ainda terem o conceito estabelecido em suas mentes de que Deus não aprova as expressões artísticas, e não devemos usá-las.

Sendo que não há relatos Bíblicos de que Deus desaprova as artes, uma vez que o próprio Deus o criou e a colocou em nós.



Francis Schaeffer (teólogo cristão evangélico americano, filósofo e pastor presbiteriano.

Tornou-se famoso por seus escritos e pela criação da comunidade L’Abri, na Suíça).

Desfaz a confusão que alguns cristãos fazem, tendo em vista o mandamento que diz:

‘não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.

Não te encurvarás a elas nem as servirás…’ Êxodo 20:4 e 5.


É preciso entender que adorar a arte é um erro; produzi-la não.
(p. 20 - A Arte e a Bíblia - Editora Ultimato).



Existe evidências de um Criador e sua assinatura artística está em todo lugar.


“Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua
natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis;” Romanos 1:20
 

Podemos reconhecer visualmente as características de Deus em toda sua criação e a vontade para que a mesma permaneça e seja lembrada, como nos elementos químicos e toda ciência só comprovam a coligação com a Bíblia, completando-os e não debatendo entre si, dando ainda mais autoridade e confirmando que a Bíblia não é somente um livro escrito por homens. 
É inegável a beleza da natureza, as cores em tudo ao nosso redor, e até em detalhes como no arco-íris que só pode ser visto às vezes.




E a ‘Arte secular’?

Arte é arte e ponto. Não existe arte secular se pensarmos que Satanás não pode criar absolutamente nada, por tanto o máximo que ele pode fazer é: deturpar, profanar, perverter os dons dados aos homens pelo próprio Deus.

Então existe somente: a arte que glorifica a Deus, exalta sua criação e a arte que ofende/contrapõe a Bíblia. E para isso tanto o cristão quanto o incrédulo estão sujeitos a fazer se não tiver o real direcionamento do Espírito Santo.


Schaeffer afirma que ‘por ter sido ordenada por Deus, a arte não precisa de temas religiosos específicos’. 

E para comprovar isso, o autor cita o seguinte trecho bíblico no seu livro sobre uma obra artística incomum de um rei e não teve nenhuma ligação com o templo de Deus. O intuito era somente embelezar e decorar o palácio (1 Reis 10:18-20).


A arte não precisa de explicação. Gosto muito da frase do Hans Rookmaaker: 

‘‘A arte talvez seja simples, porém ela deve ser clara, nunca tola ou superficial.’’ 


Podemos admirar obras artísticas de não cristãos e devemos saber administrar nossos interesses.
Se algo te induz ao erro, você tem domínio sobre si para discernir o que convém ou não na sua edificação pessoal. Por tanto não é pecado admirar, ouvir ou aprender com as arte dos incrédulos. 


Eu particularmente sou da mesma opinião de Schaeffer. 
O dom artístico foi dado a humanidade e ponto. Isto não está recluso a uma capacidade
intelectual a um certo grupo de pessoas de uma determinada religião (cristã no caso) para ser aceita por Deus. 
Qualquer pessoa pode criar poesias, músicas, artes visuais, coreografias de dança e outras
mil formas de arte.
Mas o que difere para o povo cristão é como sua arte pode servir a Deus e agradá-lo com excelência,
uma vez que rendidos a Cristo não vivemos mais para nós mesmos, mas para glorificar a Deus em todas as áreas da nossa vida.
Uma arte abstrata pode falar com outras pessoas tão quanto um leão pintado representado o Leão de Judá - Jesus. A comunicação visual vai além do que imaginamos e a vida do autor deve andar em concordância com sua mensagem.

E você, qual é a sua opinião sobre isso? Deixa nos comentários se tem interesse em mais

estudos sobre a arte na vida cristã baseado no livro: A Arte e a Bíblia.


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